Resenha: Catarina, A Grande
Título Nacional: Catarina, A Grande: Retrato de uma mulher
Título Original: Catherine the Great: Portrait of a woman
Autor: Robert K. Massie
Editora: Rocco
Ano: 2012
ISBN: 978-85-325-2799-8
Classificação: 5/5
Sinopse: Uma obscura princesa alemã é levada para a Rússia aos 14 anos de idade para casar-se com Pedro III, herdeiro do trono. Prisioneira de um casamento infeliz, Catarina conduz um golpe que irá depor o marido, além de levá-la à coroação, dando o primeiro passo para entrar na história como uma das mais poderosas e marcantes personalidaes femininas de todos os tempos.
Dona de uma mente brilahnte e de uma curiosidade insaciável, Catarina governou por 34 anos, desvendando mistérios e intrigas da corte. Grande leitora dos pensadores iluministas, manteve uma correspondência com Voltaire e buscou pôr em prática os ideais de um despotismo benevolente, como pregava Montesquieu. Enfrentou rebeliões domésticas, guerras e as mudanças políticas que culminaram na Revolução Francesa. Catarina foi ideterminante na modernização do império russo, na promoção das artes, no ensino e no alargamento das fronteiras.
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"Quando estou certa de que terei boa aprovação, só então dou as ordens e tenho o prazer de observar o que você chama de obediência cega. Esta é a base do poder ilimitado. Mas creia-me, não me obedeceriam cegamente se as ordens não fossem adaptadas à opinião geral."
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Em Catarina, A Grande, admito para vocês que fique na dúvida quanto a que classificação colocar: 5 ou um pouco menor. Mas achei injusto diminuir a nota ao maravilhoso livro e ao incrível autor apenas por biografia não ser o meu gênero preferido.
Catarina foi uma mulher excepcional! O autor, ao longo da obra, a compara apenas à Rainha Elizabeth I da Inglaterra, em poder em toda a Europa. Enquanto Pedro, O Grande, que a antecedeu, modernizou exércitos e arquitetura, Catarina estimulou educação, artes, música e estudos de jovens que se destacassem intelectualmente. Em sua autocracia iluminista, buscou reformas governamentais amplas - sendo até contrária à servidão -, algumas bem sucedidas, outras nem tanto.
Mas o mais interessante do livro é como o autor realmente consegue retratar Catarina como uma pessoa e uma mulher, dando tanta importância à sua vida pessoal quanto ao trabalho e à regência do Estado. Casou-se com apenas 14 anos, mas, uma vez na Rússia, esforçou-se para tronar-se cidadã mais que o próprio marido (que também fora criado fora). Teve vários amantes e aparentemente casou-se de novo, ainda que não haja documentação formal que o comprove. E apesar das suas infância e juventude conturbadas e pouco felizes, Catarina foi uma mulher inteligente de fibra, que amava seu trabalho como Mathuska (mãezinha) do seu povo e que buscava a felicidade em cada dia.
O livro é muito bom, muito bem escrito com diversos trechos de correspondência da da imperatriz com amigos e das suas memórias. Traz contextualização histórica e a influência de Catarina em cada momento e setor em que se envolveu.
Uma obra histórica excelente! Recomendo a leitura!