Resenha: O Doador de Memórias
Título Nacional: O Doador de Memórias
Título Original: The Giver
Autora: Lois Lowry
Editora: Arqueiro
Ano: 1993
ISBN: 978-85-8041-299-4
Classificação: 3/5
Sinopse: Em O Doador de Memórias, a premiada autora Lois Lowry constrói um mundo aparentemente ideal onde não existem dor, desigualdade, guerra nem qualquer tipo de conflito. Por outro lado, também não há amor, desejo ou alegria genuína.
Os habitantes de uma pequena comunidade, satisfeitos com a vida ordenada, pacata e estável que levam, conhecem apenas o presente - o passado e todas as lembranças do antigo mundo lhes foram apagados da mente.
Um único indivíduo é encarregado de ser o guardião dessas memórias, com o objetivo de proteger o povo do sofrimento e, ao mesmo tempo, ter a sabedoria necessária para orientar os dirigentes da sociedade em momentos difíceis.
Aos 12 anos, idade em que toda criança é designada à profissão que irá seguir, Jonas recebe a honra de se tornar o próximo guardião. Ele é avisado de que precisará passar por um treinamento difícil, que exigirá coragem, disciplina e muita força, mas não faz ideia de que seu mundo nunca mais será o mesmo.
Orientado pelo velho Doador, Jonas descobre pouco a pouco o universo extraordinário que lhe fora roubado. Como uma névoa que vai se dissipando, a terrível realidade por trás daquela utopia começa a se revelar.
"O Doador suspirou.
- Como vou explicar isso? Antigamente, na época das lembranças, tudo possuía uma forma e um tamanho, como todas as coisas ainda tem hoje, mas também possuíam mais uma qualidade chamada cor. Havia uma porção de cores e uma delas se chamava vermelho. É a que você está começando a ver. [...] Houve um tempo, aliás, e você verá isso mais tarde, em que a pele tinha muitas cores diferentes. Mas isso foi antes de irmos para a Mesmice. Hoje a pele de todos é a mesma [...]."
"- É certo que, no entanto, gostei muito da lembrança. Dá para entender por que é sua favorita. Não consegui encontrar uma palavra para definir a sensação predominante de tudo, o sentimento tão forte que havia no ambiente.
- Amor - disse o Doador.
Jonas repetiu:
- Amor - a palavra e o sentimento eram novos para ele."
Gostaria de começar dizendo que O Doador de Memórias é um livro delicioso de se ler! Com uma linguagem fluida e leve na maior parte do tempo, a autora consegue trazer uma discussão profunda em um livro suave e meigo.
Consegue, inclusive, ser mais sutil que o filme baseado nele (e, como sempre, muito melhor que o filme também). É um livro curtinho que eu li em duas tardes e, se a pessoa tiver tempo, pode ler em um sentada só.
Ele faz parte de uma série de quatro livros sobre a qual fiquei curiosa.
Jonas é o personagem principal que, como trata a sinopse, tem sua vida mudada aos 12 anos pela possibilidade de adquirir memórias dos tempos antigos - do nosso tempo! Mas essa função na comunidade traz extrema solidão, já que ninguém mais é capaz de ver, ouvir e compreender o mundo como ele compreende.
O que mais falar...? É um livro meigo (repetindo... kkk) que nos faz parar para pensar em como podemos aproveitar a simplicidade, os pequenos detalhes e as pequenas alegrias da vida. Ainda assim, achei um livro mais simplesinho do que os que eu me acostumei a ler, talvez para um público mais jovem. É um livro rápido e gostosinho, mas acho que esperava mais...