Resenha: A Sorte do Agora
Título: A Sorte do Agora
Título Original: The Good Luck of Right Now
Autor: Matthew Quick
Gênero: Romance.
Editora: Intrínseca
Número de páginas: 224
ISBN: 9788580577631
Classificação: 4/5
Sinopse: Bartholomew Neil passou todos os seus quase 40 anos morando com a mãe. Depois que ela fica doente e morre, ele não faz ideia de como viver sozinho. Wendy, sua conselheira de luto, diz que Bartholomew precisa abandonar o ninho e fazer amigos. Mas como um homem que ficou a vida toda ao lado da mãe, indo com ela à missa e à biblioteca, pode aprender a voar? O homem então descobre uma carta de Richard Gere na gaveta de calcinhas da mãe, e acredita ter encontrado uma pista de por que, afinal, em seus últimos dias a mãe o chamava de Richard... Só pode haver alguma conexão cósmica! Convencido de que Richard Gere vai ajudá-lo, Bartholomew começa essa nova vida sozinho escrevendo uma série de cartas altamente íntimas para o ator. De Jung a Dalai Lama, de filosofia a fé, de abdução alienígena a telepatia com gatos, da Igreja Católica aos mistérios femininos, tudo é explorado nessas cartas que não só expõem a alma de Bartholomew, como, acima de tudo, revelam sua tentativa dolorosamente sincera de se integrar à sociedade. Original, arrebatador e espirituoso, A sorte do agora é escrito com a mesma inteligência e sensibilidade de O lado bom da vida. Uma história divertida e inspiradora que fará o leitor refletir sobre o poder da bondade e do amor.
"Prezado Sr. Richard Gere,"
É assim que este livro maravilhoso do Matthew Quick começa... E você já sabe que vai se apaixonar <3
"E o que é a realidade senão a forma como nos sentimos sobre as coisas?"
A Sorte do Agora conta a história de Bartholomew Neil, um rapaz que viveu com sua mãe até os quarenta anos mas, quando sua mãe perde a batalha para o cancêr, ele se vê sozinho e em busca de um novo significado de vida para si.
Acostumado a viver com a companhia da mãe, Bartholomew nunca teve relações afetivas e românticas com nenhuma pessoa. Seu vínculo social incluía apenas sua mãe, o padre da igreja que frequentava e os enfermeiros e médicos do hospital onde sua mãe estava internada.
Ainda quando sua mãe estava doente, Barth encontra na gaveta dela uma carta dirigida ao ator Richard Green, por quem era apaixonada e, quando passa a confundir o próprio filho com o de Richard, ele resolve deixá-la chamar por outro nome a fim de mantê-la mais feliz em seus últimos dias. A partir de então, Bartholomew passa a escrever cartas para o ator Richard Gere e começamos a entender um pouco sobre tudo que ocorre na cabeça deste rapaz.
O livro todo é feito em cartas destinadas ao ator, de forma que a narrativa não chega a ser de forma linear constante (uma carta tem alguns dias de "distância" da outra), o que não altera em nada o entendimento da trama. Identifiquei-me muito com Barth que, assim como eu, utiliza a escrita como uma forma de terapia. Bartholomew direciona seus questionamentos, conflitos existenciais e extremamente íntimos com aquele rapaz que sua mãe tanto amou.
Em busca de apoio, Barth tem sessões com uma terapeuta ainda não formada, que de algumas formas o ajuda a crescer e a amadurecer, mesmo enquanto ela mesma precise de uma transformação de vida.
Ainda após o falecimento da sua mãe, o padre da igreja que frequentavam se oferece a morar com Barth. Neste mesmo período, ele começa a frequentar um grupo de terapia e acaba conhecendo Max, um rapaz com algumas dificuldades mentais e sociais. Através de Max, Barth acaba conhecendo uma garota por quem sempre foi apaixonado, mas nunca teve coragem de falar com ela.
Em busca de aventuras e de respostas, Padre McNamee, Barth, Max e a Meninatecária (a garota por quem Barth é apaixonado) vão para o Canadá e juntos vivem situações singulares!
O livro é intensamente bom! É original, espirituoso e te faz pensar em diversas coisas. Matthew conseguiu, como sempre, trazer temas insuportavelmente difícieis em uma linguagem compreensível e tranquila.
Bartholomew é um ser muito interessante, ingênuo, mas inteligente. Deu vontade de abraçá-lo sempre que acontecia algo em sua vida! E as confusões com um Gere que ele inventa em sua mente? Ele cria, imagina, conversa, enxerga um Gere quando as situações parecem estar mal, o que me faz pensar que na verdade era algum anjo da guarda que estava ao seu lado *-*.
A mensagem final do livro é linda e comovente! A sorte do agora vai além das expectativas!
"Quando me sentei na cama pensando nas várias coisas boas que aconteceriam ao redor do mundo para compensar e anular as coisas horríveis que ocorreram comigo e com minha mãe, comecei a entender porque ela acreditava na Sorte do Agora. Acreditar — ou até mesmo fingir — faz a pessoa se sentir melhor com o que aconteceu, independentemente de ser verdade ou não."